Felipe Massa
A dor de Felipe
Piloto da Ferrari se recupera de acidente nos treinos para o GP da Hungria - quando foi atingido na cabeça por uma mola - e recebe o carinho e o apoio da família. Grávida de cinco meses, Raffaela, mulher de Massa, pede que fãs rezem por sua recuperação.
Felipe Massa é atendido pela equipe de médicos logo após o acidente nos treinos para o GP da Hungria
A cena na curva quatro de Hungaroring fez o Brasil sofrer em dobro na manhã do sábado (25). A imagem da câmera de bordo da Ferrari mostrou, em sequência, a aproximação de uma mola de 12 centímetros e 800 gramas (que se desprendeu do carro de Rubens Barrichello, da equipe Brawn) e o choque dela contra o capacete e o supercílio esquerdo do piloto Felipe Massa, 28 anos. Desmaiado, o carro seguiu reto na curva e bateu na proteção de pneus. Choque, apreensão e uma triste e inevitável lembrança. A imagem remetia ao carro desgovernado de outro brasileiro, Ayrton Senna, à colisão e à morte do piloto em maio de 1994 na fatídica curva Tamburello, em Ímola, na Itália, cenas também captadas por uma câmera de bordo. A coincidência só aumentou a preocupação de milhões de telespectadores que assistiam aos treinos. Ao ter o capacete atingido e a viseira perfurada durante a classificação para o GP da Hungria, Felipe estava a mais de 200 km/h. Atendido pelos médicos e fiscais de pista, foi imediatamente conduzido a um helicóptero, que o levou ao hospital militar AEK, de Budapeste. Estava consciente. Alertada sobre a gravidade do acidente, uma equipe médica já o esperava no centro cirúrgico. Logo após a cirurgia - quando foi retirado um fragmento ósseo da região do supercílio e suturado o corte de 8 centímetros -, o cirurgião-chefe Lajos Zsiros confirmou que o brasileiro, operado de fratura no crânio, sofreu uma lesão cerebral que ele definiu, na ocasião, como ''pequena''. A situação, nas palavras do médico, era ''grave, mas estável''. Massa permaneceu sedado, respirando com o auxílio de aparelhos por mais de 24 horas. No domingo (26), os médicos suspenderam por alguns minutos o coma farmacológico induzido, a fim de que ele visse a mulher, Raffaela, grávida de cinco meses, e os pais, Ana e Luiz Antônio, que chegaram ao hospital na manhã do domingo. Com a sedação menos intensa, foram feitos novos exames que constataram a ausência de sequelas. Massa reconheceu a família e sinalizou que entendia o que falavam. O médico particular do piloto, o brasileiro Dino Altman, que também viajou do Brasil para Budapeste, afastou o risco iminente de morte. Em entrevista coletiva, ele afirmou que uma tomografia computadorizada avaliara o estado do piloto. ''Havia um edema, mas não há afundamento craniano nem dano ao tecido cerebral. Quando o pai conversou com ele, seus batimentos cardíacos subiram'', revelou Altman. No boletim do domingo, os médicos húngaros acrescentaram que a visão do piloto, apesar da fratura da órbita ocular, não havia sido comprometida. Mas essa preocupação persistiu até segunda-feira (27), quando Massa foi desentubado novamente. Ele saiu do coma induzido aparentemente enxergando bem, mas ainda não tinha passado por uma avaliação específica no olho esquerdo, atingido no acidente. Consciente, o piloto chegou a falar, e perguntou sobre o tubo que colocaram no braço dele. Os médicos fizeram testes específicos e constaram que Massa mantinha movimentos e força normais nos braços e nas pernas. Segundo o especialista Bozlo Peter, do hospital húngaro, não havia lesão neurológica. A recuperação completa, ainda de acordo com a previsão do hospital, deve durar de três a seis semanas, e Massa pode ser transferido, no fim de semana, para a clínica Pitiè-Salpetriere, em Paris. Contigo! conversou com amigos da família e do piloto, que contaram sobre os difíceis momentos passados desde a curva quatro de Hungaroring; e de como só cresce a torcida pela recuperação de Felipe.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário